Conheça a inacreditável Batalha do Castelo Itter, onde soldados dos EUA e da Alemanha nazista se uniram para lutar contra a SS no fim da Segunda Guerra Mundial. Uma história real de heroísmo e alianças improváveis.
Você já ouviu falar na Batalha do Castelo Itter? No final da Segunda Guerra Mundial, em maio de 1945, algo extraordinário e sem precedentes aconteceu: soldados americanos e alemães lutaram lado a lado. Esta não é uma lenda, mas sim um fato histórico sangrento que se desenrolou em um antigo castelo nos Alpes austríacos. Prepare-se para conhecer a batalha mais bizarra da história.
Castelo Itter: A Prisão Inesperada da SS Nazista
O Castelo Itter foi transformado em uma prisão nazista em 1940. Contudo, não era uma prisão comum; ele servia como um “hotel de luxo” para prisioneiros franceses de alto valor, mantidos pela SS. Longe das condições brutais de outros campos, o castelo abrigava figuras proeminentes da política e do esporte francês.
Entre os ilustres detidos estavam:
- Os ex-primeiros-ministros franceses Édouard Daladier e Paul Reynaud, figuras centrais na política francesa pré-guerra.
- Os generais Maurice Gamelin e Maxime Weygand, que desempenharam papéis cruciais nas campanhas iniciais da França.
- Até mesmo a estrela do tênis Jean Borotra, um dos famosos “Quatro Mosqueteiros” do esporte francês.

Com a iminente derrota da Alemanha e o avanço das tropas aliadas, a SS recebeu ordens severas e desumanas: nenhum prisioneiro deveria ser capturado vivo pelos Aliados. A intenção era clara: eliminar qualquer testemunha ou figura que pudesse ser usada pelos Aliados para desmoralizar o regime nazista.
A Improvável Aliança no Fim da Guerra
No dia 5 de maio de 1945, com a guerra em seus últimos suspiros, mas o perigo ainda à espreita, os guardas da SS abandonaram o castelo, deixando os prisioneiros à própria sorte. Contudo, a ameaça era iminente: tropas da Waffen-SS, notórias por sua lealdade fanática e brutalidade, estavam a caminho para executar a ordem de “limpeza” do castelo.
Em um ato desesperado por liberdade e sobrevivência, Andreas Krobot, um cozinheiro iugoslavo que trabalhava no castelo, pedalou corajosamente uma bicicleta através das linhas inimigas até encontrar tropas americanas da 12ª Divisão Blindada. Paralelamente, o Major alemão Josef “Sepp” Gangl, um oficial da Wehrmacht desiludido com o regime nazista e que já havia desertado com alguns de seus homens, tomou a corajosa decisão de proteger os prisioneiros. Ele sabia que a SS não mostraria misericórdia.
Assim, formou-se a mais improvável aliança da Segunda Guerra Mundial. Americanos, liderados pelo Capitão John C. “Jack” Lee Jr., e um grupo de soldados da Wehrmacht, sob o comando de Gangl, uniram forças contra um inimigo em comum: as fanáticas tropas da SS.

A Batalha Impossível pelo Castelo Itter: Um Relato Detalhado
Na manhã de 5 de maio, as tropas da SS iniciaram o ataque ao castelo. A pequena guarnição defensiva era composta por:
- Um pequeno grupo de soldados americanos (apenas 14 homens), liderados pelo Capitão Jack Lee, um oficial determinado e corajoso.
- Alguns soldados da Wehrmacht alemã, leais ao Major Gangl, que haviam abandonado a causa nazista.
- Os próprios prisioneiros franceses, que, armados com algumas armas encontradas no castelo, se juntaram à defesa, incluindo o tenista Jean Borotra, que se destacou organizando os disparos e inspirando os demais.
- Um único tanque Sherman, “Besotten Jenny”, sob o comando do Capitão Lee, que se tornou um ponto vital de defesa contra os ataques da SS.
A luta foi intensa e brutal, durando horas. Os defensores estavam em desvantagem numérica esmagadora contra centenas de soldados da SS. A munição diminuía rapidamente, e a situação parecia insustentável. Sniper da SS visavam as aberturas do castelo, e granadas eram lançadas contra as defesas.
No clímax do combate, o Major Gangl, o herói alemão desta história, fez o sacrifício final. Ele foi morto por um franco-atirador da SS enquanto tentava mover os prisioneiros para um local mais seguro, exemplificando sua dedicação à causa dos que defendia.
Felizmente, no último minuto, reforços americanos da 142ª Infantaria, alertados pela bravura dos defensores, romperam as linhas inimigas. A SS, agora encurralada e com perdas significativas, finalmente se rendeu. Os prisioneiros foram salvos. A Batalha do Castelo Itter ocorreu apenas dois dias antes da rendição incondicional da Alemanha.

Por Que a Batalha do Castelo Itter é Importante? Uma Reflexão
A Batalha do Castelo Itter é um testemunho poderoso de que, mesmo em meio à brutalidade da guerra, a humanidade e a decência podem prevalecer sobre o ódio. Este foi o único confronto conhecido na Segunda Guerra Mundial onde americanos e alemães uniram forças como aliados contra um inimigo comum.
É uma lição inesquecível de que pessoas comuns podem escolher fazer o que é certo, mesmo sob as circunstâncias mais adversas, superando ideologias e divisões para defender a vida e a liberdade. Ela nos lembra da complexidade da guerra e da capacidade humana de solidariedade.
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Que lições podemos tirar desta incrível Batalha do Castelo Itter para os dias de hoje? Você conhecia essa história antes? Deixe seu comentário e compartilhe suas impressões!
Fontes e Para Saber Mais:
- Stephen Harding. The Last Battle: When US and German Soldiers Joined Forces in the Waning Hours of World War II in Europe. Da Capo Press, 2013. (Este livro é a principal fonte e a mais detalhada sobre o evento.)
- Artigos históricos: Diversos artigos em publicações especializadas em história militar e veículos de notícias como History.com e BBC History.